ADMINISTRAÇÃO DE DROGAS VASOATIVAS PELA ENFERMAGEM EM UTIS: DESAFIOS, ERROS E ESTRATÉGIAS DE SEGURANÇA

Autores

  • Luiz Eduardo Silva Alves UNIFADESA
  • Lívia da Silva Coelho
  • Letícia Lima Gadelha Silva
  • Bruno Antunes Cardoso

Palavras-chave:

Atenção Primaria a Saúde, Erros de Medicação, Unidade de Terapia Intensiva, Agentes Vasoativos

Resumo

O presente estudo teve como objetivo identificar as causas de erros e iatrogenias relacionadas à equipe de enfermagem na administração de drogas vasoativas em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), enfatizando a segurança do paciente, seu tempo de internação e evolução clínica. Como método, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com busca em bases nacionais e internacionais, considerando artigos publicados entre 2020 e 2024, filtrados por texto completo e relevância, resultando em oito estudos incluídos. Nos resultados, observou-se que pacientes em uso de drogas vasoativas apresentam elevado grau de gravidade, múltiplos dispositivos invasivos e maior prevalência de comorbidades, sendo a noradrenalina a droga mais utilizada, seguida de outras catecolaminas, enquanto a epinefrina se associou a maior mortalidade e eventos adversos. Foram identificadas lacunas de conhecimento da equipe sobre diluição, compatibilidade, taxas de infusão e monitorização, associadas a incidentes e erros de medicação. Além disso, fatores organizacionais, como sobrecarga de trabalho, falhas de comunicação e infraestrutura inadequada, também contribuíram para riscos. Na discussão e considerações finais, conclui-se que a combinação de protocolos claros, educação continuada, liderança qualificada e monitorização intensiva constitui pilar central para a segurança do paciente em UTIs, reduzindo incidentes e aprimorando a qualidade da assistência.

Referências

ARBOIT, E. L.; CAMPONOGARA, S.; MAGNAGO, T. B. S.; URBANETTO, J. S.; BECK, C. L. C.; SILVA, L. A. A. Fatores que contribuem para a ocorrência de incidentes relacionados à terapia medicamentosa em terapia intensiva. 2020 jan/dez; 12:1030-1036. Disponível em: http://dx.doi.org/0.9789/2175-5361.rpcfo.v12.7456.

BELARMINO, G. M.; RENOVATO, R. D. Matriz de competências relacionadas aos medicamentos para o enfermeiro em unidade de terapia intensiva. Revista de Enfermagem da UFSM – REUFSM, v. 10, e99, p. 1-17, 2020.

BOTELHO, L. G. L.; LAPA, Y. G.; OLIVEIRA NETO, L.; OLIVEIRA, A. P. S.; SOUTO, R. Q.; MEDEIROS, N. L.; PEREIRA, L. M. F.; SILVA, T. P. S. Translation, adaptation, and validation of the Professional Identification Scale for use in Brazil. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 30, e3659, 2022. DOI: https://doi.org/10.1590/1518-8345.5600.3659.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.862, de 29 de dezembro de 2023. Altera a Portaria de Consolidação GM/MS nº 3, de 28 de setembro de 2017, para dispor sobre as Unidades de Terapia Intensiva — UTI e as Unidades de Cuidado Intermediário — UCI, destinadas ao cuidado progressivo do paciente crítico, grave ou de alto risco ou moderado no âmbito do Sistema Único de Saúde — SUS. Brasília, DF, 29 dez. 2023. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2023/prt2862_29_12_2023.html. Acesso em: 1 set. 2025.

CALABRESE, A. D.; ERSTAD, B. L.; BRANDL, K.; BARLETTA, J. F.; KANE, S. L.; SHERMAN, D. S. Medication administration errors in adult patients in the ICU. Intensive Care Med., v. 27, n. 10, p. 1592-1598, 2001. DOI: 10.1007/s001340101065.

CAMPOS, D. M. P.; TOLEDO, L. V.; MATOS, S. S.; ALCOFORADO, C. L. G. C.; ERCOLE, F. F. Incidence and risk factors for incidents in intensive care patients. Rev Rene, v. 23, e72426, 2022. DOI: https://doi.org/10.15253/2175-6783.20222372426.

COMEZAQUIRA-REAY, A. C.; TERÁN-ÁNGEL, G.; QUIJADA-MARTÍNEZ, P. J. Carga laboral y obstáculos de rendimiento del personal de enfermería en la Unidad de Cuidados Intensivos. Revista Cubana de Enfermería, v. 37, n. 4, e3942, 2021.

FOSSATTI, E. C.; MOZZATO, A. R.; MORETTO, C. F. O uso da revisão integrativa na administração: um método possível? Revista Eletrônica Científica do CRA-PR – RECC, v. 6, n. 1, p. 55-72, 2019

GOMES, V. R.; TREVISAN, D. D.; SECLI, S. R. Potential adverse drug events: intensive care unit cohort. 2022. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2176-7262.rmrp.2022.197132.

HÄGGSTRÖM, M.; BERGSMAN, A. C.; MÅNSSON, U.; HOLMSTRÖM, M. R. Learning to manage vasoactive drugs — A qualitative interview study with critical care nurses. Intensive Crit Care Nurs., v. 39, p. 1-8, 2017. DOI: 10.1016/j.iccn.2016.09.002.

HUNTER, S.; MANIAS, E.; HIRTH, S.; CONSIDINE, J. Intensive care patients receiving vasoactive medications: A retrospective cohort study. Aust Crit Care, v. 35, n. 5, p. 499-505, 2022. DOI: 10.1016/j.aucc.2021.07.003.

LIMA DANTAS, H. L. et al. Como elaborar uma revisão integrativa: sistematização do método científico. Revista Recien – Revista Científica de Enfermagem, 2022.

LYONS, I.; FURNISS, D.; BLANDFORD, A.; CHUMBLEY, G.; IACOVIDES, I.; WEI, L.; COX, A.; MAYER, A.; VOS, J.; GALAL-EDEEN, G. H.; SCHNOCK, K. O.; DYKES, P. C.; BATES, D. W.; FRANKLIN, B. D. Errors and discrepancies in the administration of intravenous infusions: a mixed methods multihospital observational study. BMJ Qual Saf., v. 27, n. 11, p. 892-901, 2018. DOI: 10.1136/bmjqs-2017-007476.

MUTRO, M. E. G.; SPIRI, W. C.; JULIANI, C. M. C. M.; BOCCHI, S. C. M.; BERNARDES, A.; TRETTENE, A. S. Adaptation and validation of the Brazilian Portuguese version of the Leader Empowering Behavior scale. Rev Bras Enferm., v. 73, n. 5, e20190157, 2020.

RIBEIRO, L. M. L.; MARQUES, M. F.; ARRUDA, L. P.; ALVES, L. C.; MORAES, K. M. Cuidado de enfermagem seguro: processo de medicação em terapia intensiva. Revista de Enfermagem UFPE Online, 2021.

RIEGEL, F.; CROSSETTI, M. G. O.; MARTINI, J. G.; NES, A. A. G. A teoria de Florence Nightingale e suas contribuições para o pensamento crítico holístico na enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 74, n. 2, e20200139, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0139.

SINA, F. P.; COREIA, K. C.; ARAUJO, R. M.; OLIVEIRA, E. C.; OLIVEIRA, R. C.; PEREIRA, E. B., et al. Notificação de incidentes e a segurança do paciente em tempos de pandemia. Acta Paul Enferm., v. 36, eAPE00962, 2023.

THAWITSR, T.; CHITTAWATANARAT, K.; KUMWILAISAK, K.; CHARULUXANAN, S.; THAI-SICU STUDY GROUP. Treatment with vasoactive drugs and outcomes in surgical critically ill patients: The results from the THAI-SICU study. J Med Assoc Thai, v. 99, Suppl 6, p. S83-S90, 2016.

TIMOTEO, P. S.; MEDEIROS, K. S.; TOURINHO, F. S. V. Clinical and epidemiological characteristics and outcomes of patients affected by COVID-19 in the Intensive Care Unit. Rev Bras Enferm., v. 77, Suppl 1, e20230527, 2024. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2023-0527pt.

Downloads

Publicado

2025-12-22